A análise de fibras em rações animais é fundamental para garantir segurança alimentar e nutrição adequada de rebanhos. Conhecer a constituição do alimento que será consumido é importante não apenas para cumprir normas, mas para assegurar o desenvolvimento adequado dos animais.
Neste artigo, vamos explicar melhor quais são as técnicas de análise de fibras em ração animal e as opções de automação desse processo tão importante para a segurança alimentar na pecuária. Confira!
A importância da análise de fibras em rações animais
As fibras vegetais são os principais pilares da nutrição de diversos animais de criação, como bovinos, ovinos e a maior parte das aves. A dieta dos rebanhos costuma ser baseada em rações feitas de milho, soja e outros grãos. Mas, a qualidade desses compostos pode variar significativamente, impactando o desenvolvimento e a produtividade na pecuária.
Por isso, realizar uma análise regular dos alimentos desses animais é importante para garantir que os padrões mínimos sejam atingidos e, com isso, a ração cumpra seu papel na nutrição. Além disso, a análise de fibras é importante para a segurança alimentar, pois identifica desvios que possam comprometer a saúde não só dos animais como dos consumidores finais, os seres humanos.
Ademais, é importante entender que, dependendo da destinação da ração, sua composição pode variar significativamente. O alimento para aves é muito diferente do de suínos, já que são animais diferentes. Outro exemplo acontece na pecuária bovina, em que os animais de corte recebem rações diferentes das de animais leiteiros.
Os métodos de análise de fibras mais utilizados
Existem diversos tipos de análise de fibras em rações animais, mas os métodos de Weende, Van Soest e NDT são os mais utilizados e estão consolidados como padrões de mercado. Vale a pena entender um pouco sobre cada um deles.
Método de Weende
Proposto por Henneberg em 1894, o método de Weende foi batizado com esse nome por ter surgido como resultado de experimentos e estudos na Estação Experimental de Weende, na Alemanha. Também conhecido como método de análise centesimal ou proximal, é utilizado para se conhecer a composição química aproximada dos alimentos.
No método de Weende, os alimentos são divididos em água e matéria seca. A matéria seca (MS), se divide em matéria inorgânica (cinzas) e matéria orgânica, que se divide em compostos nitrogenados (proteínas) e compostos não-nitrogenados.
Já os compostos não-nitrogenados podem ser divididos em extrato etéreo e carboidratos, enquanto os carboidratos se dividem em fibras e extrato não-nitrogenado.
Para determinar cada uma dessas divisões, são realizados procedimentos laboratoriais como a secagem em fornos em temperaturas constantes por períodos que chegam a 72 horas, a digestão ácida, a digestão básica e outros.
Com mais de um século de existência, o método de Weende ainda é utilizado pela sua eficácia e precisão relativa, mas falha em, por exemplo, não separar a hemicelulose da celulose e considerar somente a lignina insolúvel em álcali.
As principais limitações do método se devem ao fato de que, na prática, as frações dos alimentos não são compostos quimicamente definidos, mas sim grupos de compostos químicos. Por isso, muitas vezes é necessário complementar a análise realizada por meio dessa metodologia com outros métodos, como o de Van Soest.
Método de Van Soest
Com o objetivo de separar melhor os componentes da fração fibrosa dos alimentos, o método de Van Soest foi proposto em 1967 por Van Soest e divide os alimentos entre seu conteúdo celular e sua parede celular.
Conteúdo celular é categorizado como os lipídios, as gorduras, os compostos nitrogenados, o amido e os demais compostos solúveis em água; já a parede celular é composta por proteína insolúvel, lignina, hemicelulose e celulose.
No método, são utilizados dois reagentes, chamados de detergentes neutros e detergentes ácidos. Com isso é possível identificar a FDN, ou fibra em detergente neutro e a FDA — fibra em detergente ácido. O método permite conhecer melhor a composição química do alimento com um grau de detalhamento suficiente para grande parte das aplicações.
Método de nutrientes digestíveis totais (NDT)
O NDT (nutrientes digestíveis totais) foi desenvolvido por Henry e Morrison, em 1910, para expressar o valor energético dos alimentos, levando em consideração a capacidade de cada animal em transformar os nutrientes do alimento em energia, algo que não é considerado na análise quantitativa do método de Weende.
Para isso, no NDT, é preciso estimar a digestibilidade dos alimentos com análises que podem ser caras e morosas. Além disso, as limitações da metodologia restringem sua aplicabilidade apenas para ruminantes.
A automação no processo de análise de fibras
A escolha dos métodos para análise de rações animais deve ser feita de acordo com a criação e os objetivos da alimentação, mas, no geral, as metodologias descritas acima são quase sempre utilizados para identificar a composição química e, sendo complementados com outras técnicas que vão detalhar o perfil nutricional do alimento.
Como usualmente são múltiplas etapas e processos envolvidos, é recomendável se beneficiar de equipamentos de laboratório que possam realizar a automação de pelo menos uma parte dos procedimentos. O analisador de fibras Gerhartdt, por exemplo, automatiza todos os processos de adição de reagentes, aquecimento, digestão, filtração e lavagem, de acordo com os métodos de Weende e Van Soest.
Neste equipamento, é utilizado um saco filtro têxtil de polímero padronizado que minimiza qualquer possibilidade de contaminação ou desvio dos resultados e possibilita que as análises aconteçam em condições padronizadas e reprodutíveis com precisão, de acordo com uma pré-programação definida pelo laboratório. Além disso, a utilização do analisador automatizado de fibras reduz custos e otimiza o tempo das análises, realizando, simultaneamente, todas as etapas do processo em até 12 amostras.
Como não é possível reduzir drasticamente significativamente o tempo de dos processos de ebulição ou digestão, a possibilidade de realizar vários de uma vez várias determinações simultâneas é extremamente valiosa.
Portanto, é seguro dizer que o investimento em equipamentos para automação dos processos na análise de fibras em rações animais é bem justificado, tendo em vista que a melhor prática é a realização regular da análise laboratorial e os custos e prazos para isso podem ser elevados sem o suporte das ferramentas certas.
E agora que você já conhece um pouco mais sobre a análise de fibras em rações animais e sua importância para a segurança alimentar na pecuária, aproveite para curtir nossa página no Facebooke ficar por dentro sobre mais opções de automação na área!